A pareidolia efusiva no mundo dos estímulos e das imagens.
Desde o seu surgimento, a propaganda passou por diversos segmentos, seja para divulgar eventos romanos, em sua hediondas propagações de ideais como os de Adolf Hitler e suas teorias nazistas até a chegada da Revolução Industrial, no início do século XX, onde a mesma passou a ser usada principalmente para objetivos mercadológicos.
Essas primeiras propagandas eram geralmente usadas para promover um novo produto aos seus consumidores. Devido à falta de recursos tecnológicos como televisão, rádio, internet e etc. O único meio de transmissão destas informações eram os cartazes.
Esses cartazes, que na maioria das vezes eram desenhados a mão, tinham por obrigação demonstrar, informar e promover o produto ou serviço oferecido e desta forma possuiam uma enorme quantidade de informação com muitos textos e imagens. Nessa época, por influência do Art Nouveau que era a corrente artística característica da Revolução Industrial, muitos adornos, enfeites e florais eram usados nestes cartazes, dificultando ainda mais uma agradável leitura visual.
Tipografia, alinhamento e uso de cores não eram padrões e por isso, tudo se tornava poluído visualmente falando.
Com a criação da Bauhaus, que foi a primeira escola dedicada de design do mundo e por influência do construtivismo russo onde o geometrismo e o uso do espaço branco eram as principais características, a comunicação visual a partir dos anos 60 começou a passar por um novo processo.
Já existia a comunicação impressa (o jornal), aparelhos de TV já eram comercializados e o gosto comum começava a ter uma tendência ao objetivismo, onde se captava somente o que interessava. Através destes tópicos o design começa a fazer parte da propaganda, instituindo conceitos estéticos e funcionais com algumas regras e padrões pré-estabelecidos que visem uma melhor comunicação no campo visual em relação à empresa/produto – consumidor.
Os cartazes, os anúncios de revista, anúncios de jornais e afins começam a ficar mais “enxutos”. Dá-se preferência ao branco e ao uso de alinhamento, prefere-se o uso de pouco texto e mais imagens, há um estudo tipográfico, vinculam-se boas imagens aos respectivos produtos e assim melhoramos a nossa percepção visual.
E nesse campo de atuação surge uma nova profissão, o designer gráfico, que é responsável pelos conceitos utilizados na programação visual.
A propaganda atual usa de artifícios criativos para concorrer com os inúmeros produtos existentes no mercado. Cada vez mais existem concursos, escolas e faculdades direcionados para a propaganda e o mundo hoje gira em torno desse capitalismo consumista gerado por ela e o design corre ao seu lado, produzindo o efeito surpresa nas peças publicitárias.
Um fenômeno ácido e singular desta influência púdica do designer sobre a propaganda está na desconstrução tipográfica de Neville Brody.
Há neste fenômeno uma divisão acentuada entre o belo, o estético e o fato subliminar.
Na imagem moderna a percepção do conteúdo é mais ampla, transformando o designer em um assertive criador de idéias e valores.
A revolução do marketing 3.0 definitivamente personificou o design. Como uma necrose dos sentidos e da mensagem intríseca.
Uma pareidolia efusiva no mundo dos estímulos e das imagens.
Um fenômeno psicológico que envolve um estímulo vago e aleatório, e que geralmente uma imagem ou som, é percebido como algo distinto e com significado que só o design é capaz de produzir
Imagem é tudo!