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A miopia de marketing no varejo: quando o “Digital” vira bengala para a falta de Planejamento.

[/caption]Você provavelmente já ouviu — ou disse — a frase: “Precisamos fazer marketing digital”. É quase um mantra repetido no varejo. O problema? Essa expressão, tão comum, revela uma miopia perigosa que tem contaminado a gestão de muitos negócios.

Chamar “marketing digital” de “o marketing” é o sintoma mais evidente de quem reduziu uma ciência estratégica a um conjunto de posts no Instagram. É também um retrato fiel de uma gestão que ignora o papel fundamental do ponto de venda, dos canais de contato com o cliente, da promoção no ambiente físico e, principalmente, a ausência de um PLANO DE MARKETING estruturado.

Marketing não é mídia
Marketing não é anúncio. Marketing não é rede social. Marketing não é campanha. Isso tudo é apenas uma fração — a parte visível — de algo muito maior: um processo estratégico que conecta marca, produto, preço, praça e promoção a um objetivo de negócio.

Quando o marketing é reduzido à esfera digital, a empresa passa a operar no modo tático, nunca estratégico. Age por impulso, porque o concorrente lançou algo novo ou porque “faz tempo que não postamos nada”. Esse comportamento é reativo, amador e altamente ineficaz no longo prazo.

O Ponto de Venda ainda é o coração do varejo
Ignorar o PDV como ambiente sensorial, de experiência e de conversão é outro erro clássico. Muitas marcas investem pesado em campanhas online e se esquecem de treinar vendedores, sinalizar promoções corretamente ou criar ações promocionais que gerem movimento no chão da loja.

É como jogar gasolina no motor… com o tanque furado.
Sem a integração entre marketing e operação, todo esforço de visibilidade vira vaidade.

O digital como ferramenta, não como diagnóstico.
Não se trata de desmerecer o digital. Pelo contrário. Ele é parte essencial de qualquer plano moderno de marketing. Mas quando vira a única via de atuação, ele assume o papel errado: o de solução mágica. E não existe mágica em gestão.

Sem um plano coerente — com objetivos claros, segmentação de público, definição de canais, calendário promocional, metas e métricas — o marketing digital vira um tiro no escuro com cronograma bonitinho.

Consequências da falta de planejamento
A ausência de planejamento de marketing compromete toda a cadeia de resultados:

• Campanhas desconectadas da realidade da loja

• Investimentos jogados fora por não gerar conversão

• Vendedores evasivos desmotivados sem ação ou ambição promocional interna

• Marcas que se tornam irrelevantes porque só falam em “postar”

• Clientes sem estímulo para visitar a loja física ou online.

O que fazer?

Repense o papel do marketing dentro da sua empresa: ele é estratégia, não só execução.

Reintegre o PDV ao centro das decisões promocionais, trabalhando o ambiente como extensão da experiência de marca.

Elabore um plano anual de marketing, com metas comerciais claras, calendário de ações e campanhas casadas (loja física + online).

Use o digital como canal de suporte e amplificação, não como o ponto de partida.

Eduque sua equipe: marketing não é tarefa do social media. É uma engrenagem que precisa rodar em todas as áreas da empresa.

Enquanto alguns gestores insistirem em chamar “marketing” de “o post do Instagram”, vão continuar no rastro da concorrência, apagando incêndios com stories e colhendo likes em vez de lucro.
O marketing que gera resultado nasce do planejamento, da integração e do entendimento de que o varejo começa — e termina — no cliente. Seja no feed, na vitrine ou no caixa.

A pergunta que fica é: sua empresa está fazendo marketing ou apenas alimentando o algoritmo?