A problemática da revolução burguesa reaparece com frequência na reflexão sobre a história e as formas do Estado Brasileiro. Tudo o que nos permitem compreender as relações e reprocidades entre a sociedade e o estado esbarram de algum modo, numa conjunção de fatos isolados que se complementam entre si. Ainda que contextualizemos o enredo histórico de formação da sociedade brasileira, sob a ótica dos direitos dos cidadãos e a plenitude democrática, defrontamos entonações distintas sobre um mesmo plano caótico de “sentido de colonização” e seus mecanismos ideológicos.
Dizendo melhor, ainda que examinemos todas as manifestações política-sociais: do proletariado ao messianismo culto da esquerda brasileira – suas formas autorais, autocráticas e temáticas de organização estatal, debruçamos opiniões incautas sob a júdice e égide do poder. A noção de via prussiana, passiva e restauradora do estado democrático, via de regra, enfatizam a conotação autoritária de um Estado arquétipo; mas com escassa relação das classes envolvidas em cada ocasião e explicitam os interesses de um Estado oligárquico e corporativo.
Uma debilidade e desorganização política e da sociedade civil brasileira.
Desse modo, uns ou outros – liberais, conservadores, social-democráticas e marxistas – acabam por aceitar, de contrabando ou consistentemente, a tese que a sociedade civil brasileira é amorfa, frágil, incompetente, imprevisível, e fascista.
De algum modo, a burguesia fascista e seu dialeto canônico dos direitos populistas se uniu a tecnocracia dos oligopólios nativos da sociedade vigentes, em nossa estúpida e mal ensaiada transição entre o Estado autoritário para um Estado democrático.
A estatização e nacionalização da economia nacional prejudicaram a expansão e independência do Estado independente.
E do alto deste incólume: o crescimento do capitalismo nacional, imbicou numa corrida frenética pelo poder, e por meio do poder padeceu em suas aspirações.
Trata-se de uma nova revolução de cima para baixo: assim como o Golpe de 30, a Revolta do Tenentismo, a revolução de 64 e as Diretas Já – em que o anseio popular é apenas uma indicador determinado pelos dispositivos ideológicos que norteiam os grandes veículos de comunicação de massa, os interesses capitais da economia globalizada e os seus núcleos dos grandes oligopólios.
Sob esta égide, os vassalos chegaram ao poder numa espécie de contragolpe da direita.
Numa perspectiva histórica ampla e estrutural do latifúndio cultural moldado em modelos ultrapassados do Estado Leninista da Revolução de 1917.
Uma espécie de “thug life” esquerdista orquestrada pela vaidade solfista de um grupo restrito de intelectuais de esquerda que ainda desejam manter no poder sob a escória meliante e usurpadora da contra-revolução moderna.
Deste campesinato intelectual vergonhoso e a fusão de interesses de grupos industriais, financeiros, comerciais e juristas de distinta procedência decorre uma crise inconsteste de valores bem mais complexa, do que meramente um estorvo da oposição.