© 2015 sergio

Marketeiros são idiossincráticos.

O temperamento peculiar de cada indivíduo torna-o idiossincrático.

Um tipo de calvinismo do “eu”.

Misturando estas afirmações podemos ponderar um pouco mais sobre este sistema teológico do negócio e suas práticas centradas na soberania do shopper enquanto refém do consumo e que tem o marketing como uma espécie de Deus.

Um tanto louco de entender esta associação “calvinista” com o marketing, caso apenas consigamos enxergar o lucro como uma formidável satisfação do resultado humano. Assim, o marketing está além de seu objetivos quando é usado para manipular comportamentos.

Então podemos entender está distorção da fé publicitária.

Uma antítese desta condição seria pensar o consumo de forma avarenta de modo distorcermos as escolhas dos clientes na hora da compra, tipo assim: uma reação individual própria e típica de cada pessoa quando age pelo impulso.

Se o aspecto mais imponderável do “eu” descerra no próprio “eu”, o propósito neste caso, não é avaliar o impacto e os preceitos cristãos, muito menos comparar o calvinismo. Longe disto, prefiro que esta respeitável doutrina permaneça na história.

Então, pretendo apenas transformar este fenônemo do marketing numa forma de persuasão estratégica, uma idolatria ao marketeiro.

Neste ponto chave da nossa leitura é que escorrego na melancolia do marketing, que ao converter os clientes os aliena e estabelece padrões de fidelização, tornando-os inegáveis.

Há nesta equação, de ganhos e compra, por detrás desta ilusão do valor e a satisfação – o que nem mesmo, o mais exigente cliente escapa desta condição. Talvez por ser imperceptível ao ímpeto da compra, mas é velável.

Marketeiros são malvados, já que transformam inteligência de mercado em modismo, comportamentos de compras e doutrinas em targets.

Ora, deve dismitificar o fato que as pessoas que acham que marketing é sinônimo de enganação e mentira estão longe de compreender o que é ideologia, filosofia e propaganda. Marketing é uma coisa, ideologia é outra e filosofia uma terceira e distinta coisa.

A filosofia luta antes contra a ideologia que contra a propaganda, e não o faz por meio da contra-ideologia, mas lançando mão de técnicas de desideologização – procedimentos para tornar explícitos os pontos ideológicos do discurso ou mensagem emitidos.

A propaganda carrega uma mensagem positiva de algo – produto, instituição, pessoa etc. Como só é positiva, então talvez minta ou omita verdades. Devemos pensar, afinal, o que poderia nesse mundo ser só positivo.

O peixe morre pela boca…e marketeiros sabem usar iscas perfeitas.