© 2014 sergio

Idiossincrasia do Eu – reflexões de um quase cinquenta.

O homem que é pessimista antes dos 50 anos, sabe demasiado; o que é otimista depois, não sabe o bastante: nos disse Mark Twain.

Por outro lado, sendo um tanto boçal, assim como a vida insiste em apregoar : de uma maneira simples, em uma vida média de 50 anos, 80 a 100 dias são empregados pelos homens só no simples ato de fazer a barba.  Ignora-se o que as mulheres fazem com esse tempo.  ( Millôr Feranndes ). É um tanto retórico e inglório imaginar a maturidade como berço desta ignorância oposta.

Assim eu estou me aproximando do 50. No ano do meu cinquentenário. No auge da minha maturidade…

E pretendo não me torcer as transformações do meu eu. Desejo transformar este tempo em uma grande festa do meu Eu.

Até porquê, há boas e más notícias para os homens mais velhos: você sentirá cada vez mais felicidade depois dos 50 anos – mas ela pode não durar muito…

Tentaram medir como a felicidade e as emoções mudam nos homens conforme eles envelhecem. Examinaram e estudaram a percepção que eles tinham de sua felicidade.

As conclusões indicaram que os níveis de felicidade na terceira idade dependem de como as pessoas reagem aos problemas da vida.

Em geral, a vida melhora conforme você envelhece, no sentido de que os adultos mais velhos têm em média menos contratempos – e reagem melhor a eles – do que os jovens adultos, mas tudo mudará na maneira de reagir a esses problemas muda, e pode depender de seus recursos e sua situação na vida.

Não há um modelo mais comum de envelhecimento. Posso afirmar  que a felicidade é geralmente estática ao longo da vida, fora os acontecimentos principais; ou que ela aumenta com a idade; ou decai rapidamente se não nos damos conta de todas as transformações a nossa volta.

A verdade nisto, é que algumas pessoas mais velhas continuam encontrando fontes de felicidade em idade avançada, apesar de enfrentarem perdas familiares, problemas de saúde ou falta de recursos.

Você pode perder o pai ou a mãe, mas ganhar um neto. Tem os filhos que nos ampliam a vida, pelo bem inatacável que a preciosidade que eles perpetuam. Os filhos podem sair de casa, mas você se alegra com suas realizações como adultos. Mantendo-os sob nosso radar.

Afinal, tudo depende de sua percepção e de como você reage às dificuldades. Todo mundo enfrenta as dificuldades de maneiras diferentes, e por isso não podemos identificar um padrão exato para todos.

Mas não sobre isto que recalco meus pensamentos…a vida é um ciclo de episódios que se relacionam entre si.

Ainda que possamos interferir em seu decurso, tudo segue seu caminho.

Assim tenho sido mais aforístico que poderoso. Estou niilítico.

Curiosamente, convicto!  Escrevi certa vez,  que  a convicção é a crença de estar em algum ponto do conhecimento, na posse da verdade incondicionada. Provavelmente nunca me sacrifiquei tanto por isso.

Mas tenho tido mais opinião do que certezas. E isso me causa mais cansaço e continua a causar: perceber que indizívelmente mais importa como as coisas se chamam do que elas são de fato. Reputação, nome e aparência são meros engambelos. Não há nenhum argumento definitivo neste caso: entre as condições de vida está o erro.

Sinto-me punido pelo o que não quiz, o que não fiz. 
No fundo nem sei porque eu deveria querer.

Parte de mim morreu.

Outra parte vive intensamente.

Tornei-me devoto de mim mesmo.

Precisei de Deus para entender tudo isso.

O recebi sem compreender o que estava procurando.

Meu coracão não permitiu que lançasse suas raízes.

Daí concluí que se o indivíduo já tem clareza da própria meta espiritual, se tem consciência da decisão que tomou, nada de negativo pode prevalecer em seu caminho.

Não levo a sério o lengalenga de Deus. Para mim ele é um visionário.

Não o polemizo nem encomprido a conversa.

Tenho de tomar tento para não me esbarrar em pessoas tantãs que querem questionar tantas coisas abissais.

Custa-me crer quem assume essa heumenêutica exegética que revela laivos de caduquice.

Continuo sem entender o mistério da vida. Distancio dos preletores que o procuram desenfreadamente, e saio pela porta da rua. Ando bem devagar, tentando aceitar a morte, tateando as paredes e tentando esse jogo de perde-ganha.

Estou tonto.

Vesânico.