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As tendências para o setor industrial e a gestão estratégica.

Não está garoando, está chovendo…pode-se argumentar que as principais questões que a indústria brasileira, hoje enfrenta tendem a permanecer praticamente inalteradas ao longo do tempo. Embora isso possa ser, de fato, correto, não leva em conta a dimensão das tendências de mudanças sociais, econômicas e políticas que afetam o setor de um modo geral. Analisado de forma isolada, cada desafio pode parecer familiar. No entanto, se analisado por meio de uma lente macroeconômica e geopolítica, torna-se claro que as dificuldades que afligem a indústria estão atingindo rapidamente um nível extremo e sem precedentes.

Especialistas afirmam que a maioria das empresas baseiam seus planos na suposição de que suas previsões podem variar de 5% a 10% no próximo ano, não que as coisas mudarão em 50%. Hoje, os fatores que influenciam a indústria em um grau geral estão se tornando mais extremos, obrigando empresas a considerar cenários muito mais ambiciosos do que antes.

O custo de fazer negócios

Com os preços das commodities na maior alta de todos os tempos, a produção acelerada tornou-se o mantra da maioria das empresas de base na cadeia produtiva. O resultado é tão oneroso quanto previsível: os custos estão subindo. Grandes lucros têm alimentado conflitos trabalhistas e levado os sindicatos a exigir salários mais altos. Uma explosão de novos impostos e royalties está empurrando para cima os custos de conformidade regulamentar. Nesta mesma progressão, os custos da matéria-prima e da operacão deram um salto
abismal.
Com bastante dinheiro à disposição, muitas empresas podem absorver os efeitos dos aumentos de custos. No entanto, a maioria das organizações entende que isso não representa uma estratégia sustentável. A história mostra que com a queda de preços é improvável que os custos dos insumos diminuam em proporção equivalente. Como resultado, o gerenciamento de custos continua a ser uma prioridade crítica e impulsiona empresas com visão de futuro a usar esse tempo para instituir medidas de otimização e eficiência a longo prazo em um esforço para promover operações mais flexíveis no futuro.

Mas como gerir estes custos?

Podemos delinear várias alavancas de gestão, contudo é preciso:
• Entender as determinantes de custo.
Na ausência de uma clara compreensão da maneira pela qual as flutuações de custos específicos afetam o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização,
na sigla em inglês), as empresas correm o risco de serem surpreendidas por variações de custo imprevisíveis. Aperfeiçoar o gerenciamento de desempenho por meio de business intelligence (BI) pode ajudar na análise de despesas por item para manter os custos e as expectativas dos acionistas no rumo certo.
• Aperfeiçoar o gerenciamento de projetos de investimentos. Para reduzir os riscos associados a estouros em orçamentos – incluindo as flutuações cambiais e as mudanças políticas do governo –, as empresas devem exercer influência nas medidas além da taxa de rendimento interno (Internal Rate of Return – IRR) em seus planos de negócios na tentativa de acelerar o período de retorno do investimento (ROI). Cada vez mais se exige a preparação de um projeto sofisticado
de investimento que leve em conta a concorrência de projetos de infraestrutura local (dentro e fora da indústria) e que possa desviar os recursos de um projeto.
• Bloquear o fornecimento. As principais empresas estão aproveitando o excepcional poder de barganha de seus centros de aquisição de especialização para assinar contratos de sourcing a longo prazo, direto com os principais fornecedores.

Com esta vantagem e poder de negociação, mantemos estimulando uma nova tendência de consolidação das empresas no mercado, sobretudo antevendo suas problemáticas organizacionais e seus métodos de gestão que colaborem com sua sobrevivência, onde a volatilidade é a nova estabilidade
e o planejamento do imprevisível.