Presume-se que a sociedade industrial moderna impõe uma racionalidade tecnológica, de dominação e opressão em massa, de controle das consciências humanas.
Definitivamente, hoje, na sociedade tecnológica, a produção e a distribuição em massa reivindicam o indivíduo inteiro, através da invasão no seu espaço privado, na sua liberdade interior. Há uma identificação imposta do indivíduo com a sociedade em seu todo. Herbert Marcuse (1973) denominou tal fenômeno de “mimese”. O que significa dizer que os controles tecnológicos representam a própria personificação da razão para a consecução dos interesses de todos os grupos sociais. Nesse sentido: os meios de comunicação em massa e suas relações de comportamento do consumidor trazem consigo atitudes e hábitos prescritos, certas reações intelectuais e emocionais, que prendem os consumidores aos produtos ou aos ouvintes com suas convicções sociais e ideológicas.
Assim, Martin Luther King já dizia que “para criar inimigos não é necessário declarar guerra, basta dizer o que pensa”.
E Oscar Wilde que “apenas as pessoas simplórias não julgam pela aparência”.
Em ambos os entendimentos, há neste sentido, quase uma premonição da contemporaneidade da comunicação moderna, já que agora, até o inculto perpetuou seu direito da fala e expressão que alardeia as “infoways”.
Ao confrontarmos estas duas interpretações, percebemos que ambas nos remetem ao “inferno” do conflito comunicacional moderno, já que todos falam o que pensam, subvertem os fatos, exploram a “ignorância” alheia e espalham a banalidade e incitam a prevaricação do papel socializante dos veículos de comunicação.
Não menos laico, Nietzsche por meio de seu niilismo e ceticismo radical do Séc. XIX promulgou a relação às interpretações da realidade, que aniquilam valores e convicções.
Se há uma desvalorização da opinião e a morte do sentido, também há a ausência de finalidade e de resposta aos “porquês”, da moral e a ética da comunicação. Os valores tradicionais depreciam-se e os “princípios e critérios absolutos dissolvem-se”. “Tudo é sacudido, posto radicalmente em discussão. A superfície, antes congelada, das verdades e dos valores tradicionais está despedaçada e torna-se difícil prosseguir no caminho, avistar um ancoradouro”.
Podemos dizer que – o que é bom para uns, tornou-se muito ruim para os outros e o que é certo para outros, por sua vez, é errado para o olhar de quem se opõe.
Assim os laicos ocuparam o mundo e o vírus da esquizofrenia social imputaram uma nova ordem de intolerância dominado por quem se opõe e é venerado pelos incultos e os que não percebem quão sonsos são.
Não se deve confundir responsabilidade e culpabilidade da mídia e os meios de comunicação no encontro de formação de perfil dos públicos e de suas preferências. Capra (1985) comenta que a ação sugestionadora dos meios de comunicação de massa, alertando que a finalidade
exclusiva da mídia é o condicionamento do público ao consumo de toda espécie de bem e/ou serviço, dentre os quais destacamos o lazer. Ousando ir além, vamos recorrer aqui a Ianni (1999), ao entender que na era da globalização, a mídia representa a articulação entre várias
instâncias hegemônicas, que por sua vez assume o papel de príncipe eletrônico. A responsabilidade das mídias, de início, está na seleção dos acontecimentos.
Há uma profunda transformação do “direito” e a opinião. Há um culto da banalização da moralidade e o conhecimento.
Mudou-se o direito de expressão, expuseram o incauto humano e o direito de opinião ocupou e varreu as vias públicas. Até derrubaram estátuas e por ignorante desconhecimento, e já confundem o Conservadorismo e Estadismo de Wiston Churchil como um diáspora racista.
Assim, a racionalidade tecnológica, existente na sociedade industrial avançada, constitui a etapa mais progressiva da alienação do indivíduo, ou seja, da perda completa de sua individualidade e de sua racionalidade crítica. E, é claro, a alienação torna-se inteiramente objetiva. Surge um padrão de pensamento e comportamento unidimensionais, no qual as
idéias, as aspirações e os objetivos são redefinidos pela racionalidade do sistema. Partindo deste ponto, não é mesmo fácil, muito menos confortável, pensar aquilo que, sendo da ordem natural dos acontecimentos, permanentemente escapa a categorizações fixas e julgamentos
normativos. Tornando não mesmo fácil sermos contemporâneos a nosso próprio tempo, pois, como já fora dito, somos contemporâneos somente até o ponto em que chega nossa compreensão.
Nas últimas décadas, sinônimo das igualdades e gêneros sugeriram uma diversificada programação para sua satisfação. Vê-se então a idéia reducionista do lazer sendo alimentada e veiculada pelos meios de comunicação de massa sendo que mal interpretada, a idéia é vendida, na maioria dos casos, como atividade culturais que referenciam, socialmente, a qualidade de tal entretenimento.