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O narcisismo do “eu” e o contorcionismo midiático na nova formação dos públicos.

O inatingível padrão de beleza mudou. E o comum reeditou a “moda” repaginando o estilo de ser. Controverso, “o ser comum” tornou-se um ser real e a exposição midiática anulou a “maquiagem”. Dentro deste narcisismo social, onde o fato constrói-se pelo discurso e pela imagem que o enunciam, os meios de comunicação colaboram para a transmissão da mensagem publicitária através da democratização da cultura de massa para a massa. Essa afinidade entre mídia e propaganda possibilita a manutenção das formas de dominação comportamental e ideológica, pois confere ao homem a categoria de “coisa que consome”. Via de regra, o que percebemos é que a comunicação evoluiu e não se apoiando mais só em publicidade, mas hoje em vários novos formatos de mídia com seus novos públicos. Neste caso a publicidade da marca e o marketing do “eu” não precisa hipnotizar o consumidor ou faze-lo sentir a necessidade de comprar ou extremar o desejo de ser ou ter, mais sim provocar nele pensamentos e reflexões do que é muito mais valoroso e inovador.

Acontecimentos culturais, políticos e socioeconômicos moldam a visão de mundo e a forma de pensar, agir e se relacionar de pessoas que nascem e vivem em diferentes épocas

Cada época é marcada por determinados acontecimentos culturais, políticos, sociais e econômicos que impactam o contexto de vida, a visão de mundo e a forma de se relacionar das pessoas que nascem e vivem em determinado período. Essa é a ideia que embasa a divisão por grupos geracionais. Não há um consenso sobre o ano em que começa e termina cada um, mas uma divisão possível é Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964), Geração X (1965-1980), Geração Y ou Millennials (1981-1996) e Geração Z (1997-2010). Há ainda a Geração Alfa, que compreende os nascidos a partir de 2010.

Cada uma dessas gerações tem algumas características específicas e maneiras de pensar, agir, aprender e se comportar nos diferentes ambientes, como o escolar e o profissional. Conhecer esses traços é importante, pois ajuda a lidar melhor e de forma mais assertiva com as pessoas dos diferentes grupos geracionais.

Deste modo, o surgimento desta nova Geração Alfa amplificou o lugar comum – rompeu fronteiras éticas e morais, reacendendo os preceitos do direito e o fato, assim como tornando o comum em algo provável ou relevante.

O discurso das diferenças rompeu com o rigor sem abrir mão das exigências, com o o veto do direito e a tolerância do rigor e padrões. E definitivamente externando os grandes paradigmas impostos pela sociedade.

Sob esta pespectiva, a exposição à tecnologia anversa é ainda mais forte nessa geração. Com muitos estímulos e acostumados a usar meios digitais para se entreter e buscar informações, requerem uma educação mais dinâmica, ativa, multiplataforma e personalizada. Crianças e adultos têm como características a flexibilidade, autonomia e um potencial maior para inovar e buscar soluções para problemas de forma colaborativa. Gostam de ser protagonistas, colocar a mão na massa e aprender com situações concretas. Este tipo, unppluged moderno, já tinha seu modelo de acesso nos idos anos 80! Só que mais contemplativo do que voraz. “Se não fosse a internet, talvez a nossa realidade seria a mesma e as gerações Y e Z (estas gerações que vivem da internet) poderiam ter características completamente diferentes.

Via de regra, a exigência mudou…deixou de ser um padrão estético e moldurado. O comum ganhou o espaço que o narcisismo moderno imputou, ora, desbancados talvez pelos efeitos circunscritos da afazia pandêmica do ego que se enclausurou no “home office” e nas “celas” doméstica causadas pela pandemia.

A estética do eu deu lugar aos conteúdos e passamos a nos alimentar do valor das coisas. Do simples que não nos choca, mas que mostra a vida e as coisas como elas são. As coisa passaram a ter significação.

Esta dislexia matemática na Indústria Cultural.

O banal agora é elogiável. Acredite! Trata-se de um não a forma culta, ao intelecto e dos padrões estéticos. Nesta inversão da lógica e proporcionalidade, os meios e a mídia extenua sua popularidade e apressa uma comunicação evasiva e sem precedentes, que apenas comunica o bossal e releva a complexidade do “eu” cultural.